sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Saberes da Terra, a materialização da partilha e da prática educativa




Dia 12 de novembro foi uma data especial. Durante o II Simpósio do Meio Ambiente no IF Baiano – Campus Governador Mangabeira, os autores do livro “Saberes da Terra” compartilharam com os participantes do evento os momentos vivenciados pelo grupo com comunidades rurais dos municípios de Miguel Calmon e Governador Mangabeira até a chegada da publicação.


O livro, que surgiu de um projeto idealizado pelo organizador, professor Olinson Coutinho, é uma compilação de artigos científicos desenvolvidos por sete autores (cinco docentes e dois estudantes do campus). Entre as temáticas, estão assuntos como: a importância do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf); análise química dos alimentos e alimentação saudável; produção de abelhas sem ferrão; empreendedorismo e a produção em conjunto; como usar a eletricidade da melhor forma; destinação do lixo na zona rural.

Fruto do resultado do projeto submetido ao Programa de Oficinas Comunitárias (POC) em 2013, a publicação é destinada, além da comunidade acadêmica do Instituto, para todos os envolvidos direta e indiretamente com o tema – órgãos públicos, comunidades rurais etc. “O livro é uma das melhores formas de eternizar, é uma forma de ter isso no concreto, não é somente ter deixado lá nas nossas palestras”, explicou Olinson. Para ter acesso à obra, é necessário entrar em contato com os autores ou aguardar o lançamento pela Editora Quarteto


Autores: Os professores Maria Celeste, Marilia Dantas, Roberto Carlos, Márcio Maia (ex-professor do IF Baiano e, atualmente, no IFRN), Agamenon Xavier (ex-professor do IF Baiano e, atualmente, no IFNMG) e os irmãos e estudantes Danilo e Fernando Nascimento.



Em entrevista

Antes do lançamento do livro no evento, o professor e organizador Olinson Coutinho falou um pouco sobre suas vivências e como surgiu a ideia de convidar estudantes para terem um capítulo produzido e assinado por eles. 


Ascom/Jornalismo: Como começou sua trajetória até chegar até essa vivência de partilha de conhecimento com comunidades?

Olinson Coutinho: Sou de Miguel Calmon e toda minha vida foi lá. Desde criança, eu me vi na área de Educação, sempre me percebi sendo professor, fiz minha graduação em Letras com Inglês e mestrado em Crítica Cultural. Leciono em torno de 12 a 13 anos.
No campus, a vivência é muito aconchegante, tem uma integração maior, a gente desenvolve projetos, os alunos também contribuem e acabam desenvolvendo uma atividade acadêmica mais proveitosa e significativa.
(No projeto), foram 50 a 60 pessoas em Miguel Calmon e 25 pessoas em Governador Mangabeira; in loco, três meses - na primeira etapa, dois dias; na segunda, encontros no campus.

Ascom/Jornalismo: Quanto à participação dos estudantes?

Olinson Coutinho: Foi muito interessante. Eles foram meus alunos de manutenção e suporte em informática. Eu acabei escolhendo porque eu vi que eles (Danilo e Fernando) tinham uma dedicação muito grande na produção e por conta da desenvoltura deles enquanto estudantes e monitores. Eu vi que tinha obrigação de chamá-los para participar do livro: seria bom para mim, enquanto profissional, estar recepcionando esses alunos para uma produção acadêmica, quanto para eles desenvolverem também uma produção acadêmica.

Com a palavra Fernando Nascimento – Estudante do 4o semestre do curso de manutenção e suporte em informática, Fernando contou que seu capítulo “A destinação do lixo na zona rural”, juntamente com seu irmão Danilo Nascimento, surgiu do fato de terem residência no meio rural e perceberem que não era dada a devida importância ao assunto. “A gente começou a pesquisar as diversas maneiras de tratar o lixo. Vieram as palestras que foram ministradas e a gente passou essas informações para outras pessoas da região, moradores da zona rural”.

Dessa sua primeira experiência com esse universo, ele se sente orgulhoso por poder socializar o conhecimento com outras pessoas. “A gente começa a olhar de outra forma as nossas atitudes. A gente pode transformar a sociedade, mudar, tem que passar esse conhecimento adiante”, reforçou. “Foi difícil vencer a timidez, o medo, passar aquele conhecimento de forma que outras pessoas possam entender... (Mas) de bom, o aprendizado, o contato com as pessoas, a interação com os professores, a participação nesse evento principalmente”.



Se cada um puder contribuir com pequena parcela para ajudar a natureza, o meio ambiente, dá para proteger nosso planeta” - Fernando Nascimento

Nenhum comentário:

Postar um comentário