quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Projeto estimula a retomada do plantio de mandioca em comunidade quilombola

Alterações climáticas e a escassez de chuva são alguns dos fatores que fizeram que a comunidade quilombola de Lagoa das Piranhas, na região de Bom Jesus da Lapa, reduzisse a produção de mandioca. Em outros tempos, a única casa de farinha não atendia a grande produção.

Percebendo as dificuldades dos pequenos produtores e a extinção de algumas espécies nativas, o professor João Paulo dos Santos está desenvolvendo o projeto “Mandiocultura uma perspectiva agroecológica na comunidade quilombola Lagoa das Piranhas”, vinculado ao grupo de pesquisa da EmbrapaMandioca e Fruticultura.


Para executá-lo, foram realizadas palestras para comunidade sobre as técnicas de cultivo e aplicações da raiz, além de entrevistas com os moradores. O plantio está localizado nas terras da associação dos moradores que, desde de 2015, vem recebendo visitas técnicas periódicas do professor e estudantes do IF Baiano.

Para Edgar de Carvalho, bacharelando em Engenharia Agronômica, do Campus Bom Jesus da Lapa, a participação no projeto foi uma experiência para a vida. Acredito que o maior conhecimento que adquiri nenhuma literatura iria trazer, que é apresentar uma proposta a comunidade sem imposições, fazendo deles os protagonistas do processo de transformação, avaliando e discutindo como é feito e o que podemos melhorar”, disse.

Renda Extra

A comunidade de Lagoa das Piranhas é formada, na maioria, por pescadores, “porém nos intervalos que não estão pescando ou consertando suas redes, eles cultivam a terra. Alguns com o objetivo de complementar a alimentação da família, outros para complementar a renda”, esclareceu João Paulo.

E é assim para o pescador, João Brandão, que disse participar dos projetos para adquirir outros conhecimentos e espera que, com a iniciativa, mudanças aconteçam no quilombo. “Se conseguirmos voltar a produzir a mandioca, será um alimento que voltará às nossas mesas e uma renda extra. Sou mesmo é pescador, mas sempre planto alguma coisinha”, afirmou.

O projeto foi fundamental, pois disponibilizou para a comunidade aquelas variedades que haviam desaparecido e trouxe outras para que pudessem escolher, conforme a necessidade: como alimentar animais, comercializar in-natura ou fazer farinha”, avaliou o professor. 

Fotos: Edgar Filho e João Paulo dos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário